quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
Ilha Interior
As vezes é preciso desapegar de nós mesmos...
Para reconhecer quem você é...
Para ser quem você é...
Conhecer a si mesmo é si acolher...
E a única transformação é através da acolhida...
quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
Onde Estou?
Parte de mim ainda consegue sentir, forte, pulsante..
Com projetos, porém sem muita direção, todos os lugares
transformaram-se em opções...
Não há mais amarilhas em meus tornozelos, o peso doloroso
foi arrancado...
E foi quando percebi que a vida continua e que não me
entregar realmente é uma bobagem...
Durante todo esse tempo tenho buscado esquecer, deixar com
que o vento leve tudo embora...
Mas não, não posso esquecer o tudo que faz parte do que me
restou...
A vida é uma construção literária em quadrinhos, com
diversos personagens que passam pela gente... Mas em quem confiar?
Na escuridão todos e tudo são iguais, então como decifrar? Como
acreditar?
Crer não está no outro ou no que está ao nosso redor, crer
está em nós, e onde desejarmos ir, chegaremos, independente de qualquer
coisa...
terça-feira, 13 de dezembro de 2016
Onda
Optar por uma xícara de leite num dia em que se quer algo mais
forte...
Mas a olhar o branco límpido, as lembranças surgem com tanta
clareza...
Lembrar é isso, trazer para perto o que ficou distante...
Porém, o que passou deve permanecer lá, é outro dia que se
segue, vambora!
Como surfar uma onda, só haverá aquela, todas as outras serão
diferentes...
É a imagem vista pelo retrovisor, ela sumirá para sempre...
O que se leva para a eternidade são apenas os sentidos...
Todo o resto é bobagem, é não saber respirar, é morrer de fome
comendo caviar...
Tatuagem Lunar
Uma nuvem
que passa e esconde o que há de belo...
Mas engano
os contratempos ao imaginar o reflexo da lua no brilho do seu olhar...
Uma
proximidade estipulada pelo coração...
Vontade de
estar perto, encontrar com a lua, passear pelos ares...
Desprender
do chão e voar ao seu encontro...
Espiar
sutilmente da esquina e ver seu movimento...
Invejo o
vento que brinca com seus cabelos e lhe toca a pele...
Perder a
noção do tempo, abandonar relógios, porque os segundos são curtos demais...
Quero não ter hora para lhe devolver, portanto,
tatuei na lua o seu sorriso...Alimento
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
Naufrago
Mãos trêmulas catam as letras no teclado e lentamente as palavras vão preenchendo a tela em branco e o peito vai ficando cada vez mais leve. Neste instante, preocupo-me com as tribulações do mundo, busco a calmaria em meio a floresta, mas até aqui começo a ouvir gritos e ver lágrimas.
Não há mais abrigo para a dor, nem conforto para a alma que se cala, e em certos momentos parece estar longe desse corpo inerte.O que ser? Querer ser essência, mas como ser essência sem sentir?
Uma briga que não se finda, um guerra fria entre o corpo e a alma, entre o ser e o querer, nesses empasses nascem as grandes dúvidas, as que devassam a lógica do que se considera normal e por tanto lutar pelo normal e tentar ser normal, estou cansada! Canso em ver que tudo ao meu redor poderia ser diferente senão houvesse tantos, tantos.
Até onde pode-se ir sem saber qual caminho seguir? Ou melhor, sem saber por qual caminho e não ter vontade em saber qual seria ele. Saber demais machuca, mas ser ignorante é esgotante. Escuto as vozes e o que me dizem tenho esquecido, já não me importo com o muito, nem com o tão pouco. Bem como, com minhas mãos trêmulas, já não tenho mais controle do que me cerca e do que resta de mim.
Um barco abandonado a deriva sem querer nenhum porto seguro, por enquanto, basta me estar ao mar.
sábado, 9 de janeiro de 2016
Voltar ao simples
De volta as coisas simples, a mesma simplicidade dessa vida efêmera, que por vezes insiste se em complicar, transforma lá tão complexa que nós, damos nós em nós mesmos.
O que o belo reserva? Um sorriso, uma lágrima, uma lembrança, um sopro de vida. Mas de que se adianta, andar pelo mundo de olhos fechados? Abra os olhos cardíacos, aprecie na chama do fogo de que de lá virá o inesquecível cheiro de café fresco, jogue se nas labaredas das fornalhas, ao atravessar exalara o perfume das rosas!
Ainda dá para ser...
Registros do que se foi, lembranças do que se era, para trás tudo fica guardado em caixas ou gavetas, nossas esperanças são traidoras, o recurso e desviar do acaso e ir em busca de outro lugar, onde a felicidade não seja tão efêmera, que o amor não seja tão fulgas e que seu semelhante apenas lhe veja pelo que és.
Assim, torna se não só um retrato numa estante, mas entra para a história, distribua sorrisos, acorde alguém durante a madrugada, sempre de saudações a estranhos, faça que seus dias valem a pena e que sua passagem por aqui não seja um acúmulo de matéria.
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