Um dia você
descobre que por mais que busque a chamada felicidade, o que se encontra é sempre
pequenos momentos de alegrias ao longo da caminhada e ao depender, esses
momentos ficam no retrovisor de sua memória e de forma tão efêmera, ela
desaparece, e novamente, você volta a buscar essa tal felicidade suprema, que
nunca será para sempre, afinal nada é para sempre.
Numa procura incessante,
você segue os conselhos de vários amigos que se consideram felizes e
realizados, mas até onde a felicidade deles, tem em comum com sua essência? Não
há meios, recantos ou projetos para levarem a sensação plena de leveza, há sim
um árduo caminho, onde se aprende que ser feliz está intrinsecamente ligado ao
que você é, seus pequenos momentos de alegrias pode estar num botão de rosa,
numa caixinha com pedras ou num sorriso verdadeiro de um desconhecido.
O medo do
futuro solitário torna o ser humano materialista e egoísta, excêntrico em seus castelos
de sonhos, ao final lhe restam flores e lágrimas. Mais nada! Não conto os
contos de réis, mas conto e acumulo cada abraço, beijo e sorriso que ganho espontaneamente
e assim vou fazendo minha fortuna, decoro o apartamento com partes dos meus
amigos, sento num sofá que teve uma história e que me traz boas recordações,
guardo os livros numa estante de outro amigo e a cada livro empilhado é o meio
de mantermos nosso elo, coleciono CD´s numa cômoda de outra amiga e a cada novo
CD´s nosso baú vai ficando mais profundo como nossa amizade. Acredito que assim
são criados e atados os laços e não os nós.
É inseguro se
libertar, abrir os braços e receber os pingos de chuva, mas é delicioso se
encharcar dessa pequena brincadeira de criança, tornamos-nos adultos e tudo
começa a complica-se, muitos moldes, estruturas, conceitos, hierarquias,
filosofias e doutrinas, um monte de coisa junta, que para os que têm espíritos
livres acabam se aprisionando ou são aprisionados, ao fim, entregam-se e mantém
em cativeiro ou formulam meios de um dia fugir, ninguém se sustenta por muito
tempo sendo o que não é, em algum estalar de dedos, percebe que os anos
passaram muito rápido e que ainda pouco viveu ou se divertiu como deveria, sendo
assim, ao abrir os olhos a cada amanhecer perceba o quanto há de possibilidades
para se ter um dia belo, alegre e revigorante. Permita-se!