quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Labirintos


Como desvendar a mente humana... ?
Preso a um labirinto de pensamentos...
Desvendar teus mistérios é encontrar a saída...
Mas se não temos direções nem roteiros...
Perdido se fica por entre os muros da racionalização...
E nunca poderá chegar ao centro...
O coração...
Porque somente dele pode-se ver claramente onde se está...
E por entre os diversos caminhos...
Somente veias e artérias podem lhe levar por toda parte...
Unindo as duas dimensões quase incompatíveis...
O físico e a alma...
E nessa conjuntura nasce o mágico...
O que há de mais belo...
O ser completo, sem conceitos...
Apenas dispostos a caminhar em direção a saída...
Buscando em si o suspiro que o mantém vivo...
O desafio de encontrar a felicidade...
Escondida no labirinto de seus medos...

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Basta!


Há dias em que se acorda querendo dizer tudo que se pensa...
Sem importar em ferir ou se machucar...
As conseqüências não são barreiras...
E as palavras são apenas frutos de reações...
Incomoda-me em ver meus objetivos serem engavetados...
E ter como desculpa a falta de oportunidade...
Uma coisa que não se encontra...
Mas que se cria...
Quantas gavetas deveria haver em nossas estantes...
Para guardar todos os nossos sonhos...?
Por que depender da boa vontade de outros para sermos... ?
Não quero ter nada...
Tão pouco de alguém...
Não peço por qualquer tipo de privilégio...
Apenas, por um pouco mais de sensibilidade...
Por aqui, só o bamba virá tema de samba...
Não busco sair em capas de revistas...
Mesmo porque não dou a mínima para a mídia...
Gostaria simplesmente, que alguém como eu...
Dissesse a todos esses canalhas...
Que insistem em nos fazer de palhaços...
Um belo, Basta!

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Tudo é muito claro


Clara era jovem, mas sua aparência não condizia com seus anos de experiência, seu semblante era frio, distante, como se houvesse acumulado todo o cinza do inverno. Parte do seu tempo destinava em organizar papéis amarelados pelos anos, a cada hora uma nova pilha se formava e outra se queimava, as destruía com a mesma velocidade que as lia, tinha adquirido uma técnica incrível de leitura rápida. Afinal, mais pilhas deveriam ser formadas até o final do dia. Não se importava muito com o que diziam as letras impressas nas folhas, apenas tinha que ler.
A outra parte de seu tempo ela dedicava-se a interpretar sentimentos alheios, e para isso, fazia de suas janelas, portas e frestas, seus binóculos. Gostava de ficar descalço, porque achava que faria menos barulho caso alguém batesse a sua porta. Apesar de isso nunca acontecer. Seus vizinhos nem imaginavam de sua presença naquela casa velha.
Era cedo e a brisa da manhã se evaporava lentamente com os primeiros raios de sol, como se aquele vapor tocasse em Clara, subitamente ela se levantava e colocava-se diante aos seus binóculos. Pela porta da frente via os pedestres passando pela calçada a brincar com as folhas molhadas e ela anotava em seu caderno: Esses parecem estar felizes, mas ainda é cedo.
Correu para a janela lateral, de lá pode ver claramente a varanda do vizinho e ele com um beijo a se despedir da esposa e filhos. Fez nova nota: Esses parecem estar felizes, mas ainda é tão cedo.
Ao escutar uma sirene, subiu pela velha escada para o segundo andar e pela fresta da cortina pode ver na escola crianças correndo pelo pátio. Novamente anotou: Esses parecem estar felizes, mais ainda é cedo demais.
Foi para seu quarto analisar o que havia anotado naquela manhã, não entendia o porquê de todos amanhecerem tão felizes. O que de especial poderia acontecer tão cedo para que os deixassem tão eufóricos, achou que talvez nenhum deles tivessem tido pesadelos e por isso estavam daquela maneira, mas ela também não os tinha tido e não estava irradiando felicidade, de relance olhou para um calendário e viu que era o primeiro dia de verão, e só então percebeu que haviam passado tantos dias, desde a última vez que se viu feliz. Foi quando Clara entendeu que eles estavam felizes simplesmente porque os dias passam e que eles ainda estavam vivos.

domingo, 26 de agosto de 2007

Um abismo


Dias de chuva com aquela serração branca e céu todo cinza...
Sempre me remetem a dias tristes e pensativos...
Como se ao despertar eu percebesse que o encantamento acabou...
E que todos os sonhos não passam agora de recordações...
E ao afirmar que eles, realmente, não poderiam acontecer...
Demonstra que somos ainda mais fracos e covardes...
Um tipo tolo de justificativa para a fuga de certos sentimentos...
Por quanto tempo pode-se deixar que dúvidas e receios nos afastem...?
Que grandes certezas são essas que permitem a perda... ?
Transformando nossas vidas em lembranças de noites belas...
Por culpa do medo de tentar se bloqueia momentos de alegria...
Fazendo com que nossos limites pareçam ser maiores que eles são...
E o resultado disso tudo no final, é a saudade...
Sentimento alimentado pela distância criada por nossas fraquezas...
Deixar passivamente que ocorram sucessivos desencontros...
É construir um abismo entre você e sua felicidade...

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Palavras


Por que as palavras têm esse grande poder de nos tocar...?
Há frases lidas que em determinados momentos...
Deixam a nítida impressão de terem sido escritas a nós...
Coincidências ou não...
O importante é que isso revela que somos todos iguais...
Compartilhamos de mesmos sentimentos...
Procuramos sempre pela mesma coisa...
Respostas...
Certezas para as dúvidas e medos que guardamos...
Mas, que por vezes batem à porta...
O que as palavras escritas por outros dizem...
Nada mais é o que insistimos em não afirmar para nós mesmos...
Não há como controlar a força do vento...
Mesmo que tentamos nos esconder em redomas...
Um dia, certamente ela vai balançar...
E a não ser que você se esconda em algum buraco...
Distante de tudo e de si mesmo...
Não provará dos prazeres existentes nas palavras...
Principalmente, naquelas saboreadas de pouquinho a pouquinho...
E a cada letrinha degustada nos faz sentirmos tão bem...
Que até aquela sensação de inquietação diante a um perigo vem...
Trazendo um único temor...
O de que ao passar a próxima página da vida ela esteja em branco...

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Noites com sol


Quando certos reencontros acontecem sempre nós deixam diferentes...
Por trazerem recordações de momentos únicos...
Fazendo com que o dia ganhe outros ares...
Essas lembranças que são guardadas em cantinhos especiais...
Devem ser escondidas em lugares onde somente nós temos acesso...
Porque são importantes demais para deixarmos à mostra...
Então, o melhor esconderijo para elas é o coração...
Há algum tempo atrás achava que tudo estava perdendo a graça...
Que meu olhar para os diferentes esquadros havia se perdido...
Mas, hoje, percebi que estava apenas cumprindo meu destino...
Passando por uma louca alternância de sentimentos dentro de mim...
Dúvidas, medos, transferências e ilusões...
E nessa noite de reencontro com alguém que se fazia distante...
Tudo que era escuro fez se clarear pela luz de um sol...
Uma estranha energia voltou a iluminar minha alma...
Deixando meus pensamentos leves para voarem novamente...
E isso, é o anúncio de que a paz está voltando...

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Limites e vontades


Quando se responde a alguém que se está bem...
Apesar de saber que não se sente assim...
Deixa uma sensação sombria no ar...
Mas também, quando se percebe que não se está pior...
Conforma-se e afirma que se sente bem...
Na verdade, infelizmente, somatizamos os momentos ruins...
E deixamos passar os bons...
Os bons, por serem bons, passam no tempo correndo...
Alojando-se na alma para mais tarde deixar saudade...
Os maus são mais fortes e provocam dor e por isso ficam presentes...
Não somos preparados para lidar com momentos ruins...
Desde cedo se cria a idéia de um mundo feliz, sem desilusões...
Fomos programados para buscar a felicidade...
Mas não ensinam que para tê-la temos que passar por alguns desafios...
E que os maiores obstáculos somos nós mesmos...
E o nosso medo de tentar...
Nesse mundo não existe, nem a felicidade, nem a infelicidade...
É como o sonho, utopia...
Desejada porque quereremos acreditar em algo mais bonito...
Ai está o sentido da vida, uma constante busca da felicidade...
Que é simplesmente a recompensa da superação de nossas fraquezas...
Procuramos o que não podemos alcançar...
Esquecendo aquilo que a vida nos dá de bonito...
Como o amor de quem nos ama sem nada pedir...
Porque procuramos o amor que não existe naquele que simplesmente desejamos amar...
A vida seria bem mais fácil se ela fosse vivida de instante a instante...
Sem esperar nada mais do que isso...
Mas somos todos movidos pela paixão...
Um sentimento que só existe enquanto há o desafio...
O desafio de conquistar, de estar perto, de poder ter...
E quando esse desafio é conquistado acaba-se a vontade...
E caímos num ciclo vicioso e perigoso...
Quando na verdade só precisamos de um porto de abrigo...
De um abraço onde podemos chorar e rir sem ser questionados...
Ai está o amor...
Algo terno, sereno...
E que sobrevive porque não é condicional...
Mas, saber viver o amor é complicado...
Já que temos sempre que dar muitas explicações...
Amar simplesmente por amar, ninguém já ama assim...
O amor tornou-se egoísta, quer explicação em vez de sentido...
Quer raciocino no lugar da loucura...
E tem ciúme no lugar de simplesmente se entregar...
O amor não se explica, sente-se, só assim se ama de verdade...
Os encontros imprevisíveis são aqueles que mais alimentam a alma...
Pois trazem sorrisos ou lágrimas que não se esperam...
Mas que tem todo o sentido...
A sorte nada mais é que o resultado do acaso...
E o acaso nada é, senão uma questão de sorte...
São os pequenos esquadros da vida...
Onde caminhos se cruzam...
Cabendo ao nosso olhar desvendar os mistérios...
E saber que em cada cruzamento existe a opção de seguir só ou não...
De sorrir ou não...
E principalmente a opção de viver ou não aquilo que nos é dado em cada caminho que se cruza...
Opção, uma palavrinha não muito coerente com destino...
Mas, que talvez sejam até irmãs...
O destino coloca se a nossa frente...
E optamos por aquilo que achamos ser melhor para nós...
E de onde vêm essas grandes certezas em saber o que é melhor para nós...?
Se na verdade somos pequenos produtos de conceitos...
Nossos desejos nem sempre se condizem com nossas opções...
Tão pouco com aquilo que conquistamos...
Optamos em prol daquilo que achamos ser certo...
Mesmo quando na verdade queríamos optar por outro sentido...
A vida impõe seus limites...
E por recear ultrapassá-los...
Escondemos nossa fraqueza naquilo que é correto...
A dor dos poetas nos mostra o quanto deixamos aquilo que nos faria sorrir por aquilo que nos faz chorar...
Apenas porque é o certo...
Os poetas, esses são os únicos que conseguem ver o essencial...
Porque vêem com o coração...
Então dessa forma não há limites, regras ou conceitos...
E assim percebe-se que nós somos os limites da nossa própria vontade...

domingo, 19 de agosto de 2007

Reticências


Sim...
Perdemos muito tempo tentando explicar algo...
E por isso se perde o encanto existente nas coisas simples e sutis...
Pense, para que existem as reticências...?
Um versátil sinal de pontuação...
Série de três ou mais pontos num texto...
Elas indicam a interrupção de um pensamento...
Deixando facilmente subentendido o que não foi dito...
Ou a omissão intencional de certas coisas...
Que se não devia ou não podia dizer...
Mas, mesmo assim, acabam sendo sugeridas...
Insinua segunda intenção, emoção...
É quando se percebe que nada é exato...
Como se houvesse sempre algo implícito...
Cabendo a nossa sensibilidade o poder de desvendar...
Completar frases perdidas...
É construir elos, aproximar afinidades...

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

És o mistério


O que é um abraço se não um toque na alma...
Um encontro de dois corações...
Quando se fecha os olhos e numa inspiração...
É possível sentir o corpo se aconchegar em outro...
Está revelada a sua capacidade de amar...
Um amor terno, puro...
Aquele que conforta e aproxima...
E não pede nada em troca...
Nesse momento único ver se que tudo é maior...
Que supomos, com nossa arrogância, imaginar ser...
Então se permita abraçar e ser abraçado...
Deixe com que lhe toquem...
Somente a partir daí poderá compreender...
O grande mistério da vida...

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Pequeno Príncipe


Cative...
Crie laços...
Torne-se eternamente responsável...
Seja você um admirador das pequenas coisas...
Simples e sutis formas de amar...
Histórias que se conta antes de dormir...
Mas, que se esquece quando cresce...
Deixando de experimentar a felicidade...
O verdadeiro sentido de se estar vivo...
Despreze os reais significados...
Eles só pertencem a dicionários...
Seja livre, imagine...
Comece a olhar com o coração...
Porque o essencial é invisível aos olhos...

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Recordações são sintomáticas


É muito curioso quando algo insiste em permanecer em nossas cabeças...
Seja uma idéia, uma imagem, ou mesmo, o som de uma voz...
Será o desejo de estar perto que nos aprisiona a esses pensamentos...?
Essas sensações que nos envolvem não têm mesmo muitas explicações...
E caso houvesse, talvez, perderiam a graça...
Realmente, isso deve fazer parte de momentos de loucura...
Porque, somente assim, pode se ser tão esquisito sem ser notado...
Parar e olhar para o nada, fazendo cara de bobo...
Só porque lembranças surgiram...
E em instantes se sente um aperto estranho no peito...
É sem dúvida muito engraçado, até mesmo enigmático...
Esses tipos de recordações são sintomas de que... ?

domingo, 12 de agosto de 2007

Perto


Encontro pessoas que desconheço...
Ouço verdades que me enganam...
No acaso o descaso...
Sempre atrás de ideais perco minha voz...
E sem ter certeza do que é, ajo por impulso...
Afasto-me de abismos, mas tiro faísca das pedras...
Diante do perigo, retiro em mim...
Tento analisar o que sou e para onde vou...
Olho para os lados e o passado me acompanha...
Minha mão não lhe alcança, apenas arranha...

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Dois amores


D.Luiza era uma típica moradora de uma cidadezinha do interior, acordava cedo, preparava o café e saia para comprar os pães, pelo caminho, ao encontrar com suas amigas de rotina, confirmava a ida vespertina na igreja e discutia sobre os noticiários da noite. Dependendo do tema, perdia até a última fornada de pão de sal. E, por isso, dava um jeitinho de apressar seus passos curtos, pois, seu marido não gostava de outro tipo de pão, apenas o de sal.
Quando voltava para casa, já o via sentado à frente da mesa, servindo-se de café preto amargo, o primeiro gole era apreciado como se fosse o último, ele deglutia e inspirava ao mesmo tempo, havia adquirido uma técnica invejável de não se engasgar. E, enquanto isso, ela postava se ao seu lado preparando os pães. Os dois dividiam esse momento há anos e em todos os dias, ele significava que era a hora da despedida, ela o abraçava confortavelmente desejando um bom trabalho e dizia que o esperava para o jantar.
Ao bater da porta, D. Luiza, rapidamente, como se fosse um ato meio clandestino ligava o rádio, ela gostava de escutar a programação AM da rádio local e o esposo não muito, achava que os programas de nada lhe serviam, pois sua função era cuidar somente da casa. Mas, ela descobriu que podia ouvir toda a programação se o aparelho estivesse baixo e escondido. Depois disso, nunca mais ela perdeu sua previsão de horóscopo e os noticiários, suas preferências.
Não ligava para as músicas, a cantoria nunca fora o seu forte, enquanto as canções tocavam, ela aproveitava para estender as roupas no varal, sempre que ouvia a voz do locutor corria para a cozinha, sentava-se e devorava as palavras ditas por aquele desconhecido, sentindo se inebriada por aquela aventura que cometia.
Quando ocorria em sua casa reuniões com suas amigas, logo dava uma desculpa para que suas companheiras fossem para suas casas antes que começasse a programação, mas se não funcionasse, ouvia, mesmo assim, junto a elas, porém não tinha aquele prazer de estar ali a sós. Se alguma delas interrompesse a voz grave e misteriosa que vinha do aparelhinho, de imediato, ela impunha o seu pedido de silêncio e todas, prontamente, lhe respeitavam. E assim, se passava as manhãs de D. Luiza.
Era final de outono e o frio já anunciava que o inverno naquele ano seria rigoroso, talvez, por causa disso, naquela manhã, D. Luiza perdeu a hora de se levantar, desesperada deixou o café para preparar após pegar o pão na padaria, pois, sabia que não poderia perder tempo, caso contrário, não veria o marido desfrutar do seu café habitual, por mais que ela tenha corrido não foi o suficiente para trazer o pão a tempo, não viu o marido sentado na mesa como de sempre, e logo, concluiu que ele não havia de ter esperado e partiu. Decepcionada pelo seu esforço em vão, ela apagou a água que fervia no fogo e também não mais quis tomar café.
Tirou o rádio de dentro de uma lata, que tinha em letras garrafais escrito farinha, o ligou e ao primeiro falar do locutor sentiu o tremer de seu corpo, esquecia em segundos toda a decepção de não ter se despedido do marido naquela manhã, debruçava-se sobre a mesa só para o ouvido aproximar daquela voz que vinha baixinho das caixas de som.
A sirene tocou, era o sinal de que se iniciava o programa policial, ouviu atentamente o desconhecido dizer que havia acontecido um acidente em um bairro próximo ao seu, mas não se interessou muito, apenas saboreava a entonação sóbria do locutor, até que um nome lhe chamou atenção, Osvaldo Ribeiro Nunes, não estava convicta que havia escutado direito aquele nome ali, mas quando ele repetiu, informando que ele era a vítima fatal do acidente, ela confirmou que se tratava de seu marido, com um olhar lacrimoso, ela lançou o rádio a parede e ele calou-se. Naquele dia ela perdeu os dois grandes amores de toda sua vida.
PS.: Após um dia diferente... Um texto diferente...

domingo, 5 de agosto de 2007

Que mude o dia


Um dia sonhei em transformar o mundo...
Mas desisti, pois não me mudei...
Acreditava que conseguiria tocar as pessoas...
Mas nunca fui tocada...
Joguei uma pedra no lago só para movimentar a água...
Acho devia ter escolhido algo maior...
Pois as ondas não duraram muito...
Hoje eu acordei com uma vontade de gritar bem alto...
Mas não tive voz...
E todas as janelas estavam fechadas...
Há dias que nada quer acontecer...
Então, acho melhor eu sair para andar na chuva...
Quem sabe o sol apareça...
E consiga mudar ao menos esse dia...