domingo, 29 de abril de 2007

(Henri Matisse)

Dando tempo ao tempo


Já percebeu que o tempo passa rápido demais...
Então para que identidades e endereços...?
Se o que buscamos são apenas novos ares...
Não opte pelo que acha que conhece...
Sempre tenha em mãos aquilo que realmente se faz importante para você...
A distância é relativa quando se anda com o coração...
Assim como o tempo...
Ele não tem cronologia...
Apenas estações...
Pouco se acredita naquilo que não se vê...
E por vida se procura por um grande amor...
Algo que nunca poderemos tocar...
Afinal, é um substantivo abstrato...
A distância se faz para aqueles que não sonham...
Enfim...
Nem toda gaivota é Fernão Capelo...
E vice-versa...

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Ruas de Outono


Ruas de Outono têm um ar triste...
Sempre com folhas pelas calçadas...
Mas é tempo de novas estações...
Então que venha a primavera...
Aliás, você já colecionou borboletas...?
Não...?
Quem sabe um dia tente...?
O mistério sempre me atraiu...
Só que por conta dessa atração já sofri muito...
Sofrer...
É passar por momentos...
Digamos não muito favoráveis...
Mas ainda bem que eles passam...
Assim poderemos ser uma edição diferente a cada dia...
E para nos proteger...
Podemos guardar as "más notícias" bem ao fundo...
E deixar com que as boas novas tragam outros ares as Ruas de Outono...
Mas se ainda há muitas folhas caídas por estas ruas...
Espero que também tenha muitas formigas por ai...
Porque assim no dia seguinte terá uma nova paisagem...

domingo, 22 de abril de 2007

Um pouco de cor!!!
(Beatriz Milhazes)

Encontro


Hoje, num ponto de ônibus qualquer sentei ao lado de quem não conhecia, minha curiosidade poderia ter perguntado seu nome, mas para que nomes? João e Alice não seriam os mesmos se chamassem Alice e João?
Assim é que ensaio os meus delírios em sonhos. Nem mesmo a simulação de parar e provar a sensação do ópio no ar me permitiria isso. Eu queria que você aparecesse, mas o dia já está por acabar, nada disso tem moral, será que somos loucos ou surdos?
Olho e examino a sua pele e não mais vi minha luz, aconteceu quando não esperava, sem sinos a tocar. Seus olhos deixei que me perseguissem, tuas luas eu queria decifrar. Em segundos, o ônibus parou, era tarde demais.

sábado, 21 de abril de 2007

Acaso e sorte


Pela janela dos teus olhos vejo o caminho que me levará até teu coração...
Imensa sombra de desejo que provoca meus pensamentos a ares antes não navegados...
Busco palavras para expressar reações em cadeias...
Fico muda...
Deslizo meus dedos pelo teclado e não acompanho minhas vontades...
Destruo pequenas estrofes que me lembram você...
Invento mil desculpas para encontrar-te...
Ainda assim não traduzo o que realmente está surgindo...
Mediante a uma tempestade tranco a porta...
Mas goteiras insistem em me atingir...
Não há retas que não sejam tortas...
Neste desencontro de destinos as curvas imperam...
Desenhos estrelas e luas...
O sol ainda me ilumina...
Tento desviar de flechas...
E tiro fino de pedras...
Mesmo assim me acerta ao alvo...
O acaso e a sorte andam ao lado...

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Sentido da vida


Eu quero buscar no escuro que me ocultas...
Algo em mim que desafia minha razão e penetre em minha emoção...
Como num dia de sol e chuva...
Onde opostos se encontram e desabrocham no ar um arco-íris de cores...
Lindas cores primárias...
Simples...
Sem muitas explicações...
Não temos muito que dizer e sim viver...
Tudo passa rápido demais...
A vida num sublime piscar de olhos...
Depara e devora nossos sentimentos...
Inclusos numa reação de encontros e desencontros de opostos...
Amo amar simplesmente porque este é o sentido da vida!